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Cerveja puro malte é sinônimo de qualidade?

Daí que você chega no bar e ouve o “entendedor” da mesa ao lado dizer: essa é puro malte, é da boa!

Será mesmo?

Então vamos esmiuçar esse conceito, porque você mesmo/a vai dar a resposta pra essa pergunta!

Vamos começar pelo malte, o que é?

O malte não é exatamente um cereal, ou simplesmente isso.

Malte é o resultado de um processo que o cereal sofre – uma germinação forçada (resumindo, umidifica-se o cereal, ele começa a germinar e… pow! Corta-se a germinação através de secagem).

Após esse processo o malte pode ser torrado, defumado, etc, conferindo diferentes aromas, sabores e cores pra cerveja.

E a malteação pode ser aplicada a inúmeros cereais, dentre os quais a cevada, o trigo, o arroz, o milho…

Puro malte e a lei da pureza

Agora peguemos o bonde pra Alemanha de 1516 e vamos entender o que é a tal da Reinheitsgebot:

“A Reinheitsgebot (português: Lei da Pureza da Cerveja) foi uma lei promulgada pelo Duque Guilherme IV da Baviera, em 23 de abril de 1516. A lei da pureza da cerveja instituiu que a cerveja deveria ser fabricada apenas com os seguintes ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo”.

Foi logo após a Segunda Guerra Mundial que a famosa lei passou a aceitar a produção de cervejas (de alta fermentação – Ales) contendo outros ingredientes além dos já citados: maltes de outros cereais bem como açúcares e corantes.

Em geral, os cervejeiros alemães ainda seguem os princípios da Reinheitsgebot por considerarem ser uma garantia de qualidade. E muita gente mundo afora também.

E se não for puro malte?

Mas e se uma cerveja tiver outros ingredientes além de água, malte de cevada, fermento e lúpulo?

Você já ouviu falar em “adjuntos cervejeiros”?

Pois é. Açúcares de diversas origens, corantes (naturais, por favor!), ervas, frutas (e até verduras!!!), flores, raízes e especiarias! Tudo isso é adjunto também, e muito, muito utilizados nas cervejas artesanais brasileiras!

Portanto… Seria qualquer cerveja artesanal uma cerveja puro malte? Não de acordo com a Lei da Pureza Alemã…

E o que diz a lei aqui no Brasil?

Pela legislação brasileira está permitido o uso de até 45% de adjuntos para substituir o malte. 45% de cereais não maltados (olha a cerveja famosinha de milho aí!), açúcares de cana, xaropes diversos, e tudo o que foi dito lá em cima.

Na grande indústria os processos de fabricação são muito mais controlados e refinados (tecnicamente falando), o que deveria refletir na qualidade do produto final.

O que acontece é que as grandes empresas se aproveitam ao máximo da brecha dos 45%, já que alguns desses adjuntos acabam barateando a produção em massa. E é nessa hora que a qualidade da cerveja despenca…

Para acelerar a produção, encurtar o tempo de fermentação ou maturação de uma cerveja e baratear seu custo, as cervejas populares utilizam o limite (ou quase) de adjuntos permitidos e de forma desequilibrada, não tendo como objetivo a qualidade sensorial da cerveja.

Puro malte sim ou não?

Então, resumindo, puro malte é uma cerveja que tem como fonte exclusiva de açúcares o malte de cevada, e que não usa qualquer outro tipo de adjunto.

Isso quer dizer que uma cerveja puro malte sempre será boa? Não.

Isso quer dizer que uma cerveja artesanal é sempre puro malte? Novamente, não.

Saúde! E feliz dia dos pais pra todo mundo (pais, mães, avós, filhos e chegados)!

This Post Has 11 Comments

  1. Jorge Barreto

    Hummmmm, se maltado significa germinado, então é possível usar milho maltado, arroz maltado, entre outros. Mas provavelmente as grandes industrias usam glucose de milho, que é puro amido.
    Quanto a essa questão da cevada defumada. Qualquer produto hoje a venda no supermercado como sendo defumado, não vai na fumaça. Hoje todos usam uma substancia chamado fumaça liquida para adicionar o sabor da defumação. Tenho quase que certeza que esse produto também possa ser utilizado na cerveja.

  2. Thiago

    Fala quais as cervejas realmente puro malte, obrigado.

  3. Rodrigo

    Gostei da parte inicial do texto mas, infelizmente, na parte da conclusão, o autor acaba por tropeçar ao dizer que “cerveja puro malte” é o mesmo que “cerveja com 100% de malteacao originará da cevada”. São duas coisas totalmente diferentes…A malteacao pode vir do milho e de vários outros cereais, por exemplo. Enfim, é uma jogada de marketing de algumas cervejarias. O importante é saber se as mesmas só utilizam a cevada no processo. E, claro, outro detalhe: cevada de boa qualidade!

  4. Sirlei A. Moreira

    Boa tarde!
    Estou iniciando na cerveja artesanal. Adorei o texto. Gostaria de saber 3 coisas: 1) O que é o choque térmico na cerveja? 2) Qual a necessidade deste choque térmico? 3) Maltes bons para fazer uma cerveja de trigo. Obrigada!

  5. Pedro Firmino do vale

    Boa noite! fiquei mais enrolado! Explicação não ficou as claras!

  6. HENRIQUE APARECIDO GOMES

    AFINAL O CONSUMIDOR SEMPRE ENROLADO E ENGANADO, COM TECNICAS E O FAMOSO JEIINHO BRASILEIRO. QUANDO SERÁ QUE O CONSUMIDOR VAI SER RESPEITADO?
    VAI COMPRAR UMA BERVEJA COM A CEREZA QUE VAI CONSUMIR CERVEJA E NÃO ENROLADO MISTO DE SALSICHA E OUTRAS PORCARIAS MAIS.
    AFINAL ONDE ESTÁ ORGÃO RESPONSÁVEL PELO CONTROLE DE PRODUÇÃO,E FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE, PARA RESPEITAR O CONSUMIDOR NESTE PAÍS?

  7. Marcos Cerqueira

    Nossa que final confuso, senti que a matéria ficou meio incompleta.

  8. Carlos magno ferreira silva

    Olá, pelo que entendi, na verdade não existe cerveja puro malte, o que é compreensível, afinal, comércio é lucro, e puro malte não daria lucro.

  9. Dermival

    ENROLATION!!!

  10. Laurinha

    O bom malte seria o da cevada?rs..rs tentando entender.

  11. Joice

    Não respondeu a dúvida. Que texto bizarro e sem respostas objetivas!

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