A história do vinho, cerveja e outras bebidas, mesmo destiladas, têm fortes raízes agrícolas.
No passado, a importação e exportação eram difíceis, principalmente de perecíveis, e a tecnologia não era tão moderna quanto hoje. A produção era feita praticamente com o que estivesse a mão e de acordo com o clima, com raras exceções.
Na Europa Ocidental, o resultado disso foi uma divisão do continente por uma linha imaginária no que diz respeito à produção de fermentados. Abaixo dela, em países mediterrâneos e de clima temperado mais quente, o plantio era de uva e se fazia vinho. Acima, em países mais frios, as parreiras não vingavam e a cultura dominante era de cereais, como a cevada, e se fazia cerveja.
Mesmo assim, o gosto das pessoas não obedecia a essas regras.
Na Inglaterra, por exemplo, que está ao norte, a aristocracia bebia praticamente apenas vinho. No entanto, com períodos de guerra e a inconstância da importação, a bebida faltava com certa frequência. Para resolver esse problema, surge no século 17 um estilo de cerveja chamado Barley Wine, que significa literalmente vinho de cevada.
Tratava-se de uma cerveja mais alcoólica, que podia chegar aos 12% ABV, encorpada, maltada e fortemente frutada. Muitas vezes maturadas em barris de madeira e não raramente com toques vinificados, tinham aromas amadeirados, de couro, caprílicos e certa acidez. Um copo cheio para os amantes da bebida de Baco.
A tradição inglesa de cervejas mais alcoólicas e resistentes é até anterior a isso. Sem tecnologia, nas fazendas do Reino Unido só era possível se produzir cervejas no verão. E se fazia quantidade suficiente para o ano todo. As mais leves eram consumidas no verão mesmo, enquanto as mais alcoólicas, mais resistentes ao tempo, eram armazenadas em barris e consumidas durante o inverno. Daí também a associação desse estilo de cerveja ao frio.
Curioso ainda é notar que apesar de tudo isso, a primeira cerveja a usar propriamente o nome Barley Wine foi criada apenas em 1854. E, após o período das Grandes Guerras, esse estilo, como muitos no Reino Unido, praticamente sumiu. É retomado já nos anos 70, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos.
As versões inglesas são mais tradicionais, no entanto já não trazem a acidez, as notas de couro e na maioria das vezes nem são mais maturadas em madeira. As americanas contêm mais lúpulo, mais amargor e não raramente mais álcool, deixando o mais forte dos estilos de cerveja ainda mais agressivo e aquecedor.
Fontes: Larrousse da Cerveja e Heineken Brasil
A Cervejaria Dom Haus da cidade de Araquari/SC, com seu competente mestre cervejeiro Marcos Guerra, produziu uma edição especial e limitada de uma Cerveja Barley Wine, para comemorar seu primeiro ano de aniversário, maturada em barris de carvalho com teor alcoólico de 10% vol.
Ela será lançada esta semana no Festival Brasileiro de Cervejas na cidade de Blumenau/SC, que começa na próxima quarta-feira. Uma excepcional cerveja, que tive o privilégio de degustar hoje pela manhã na fábrica da Dom.
Serão disponibilizados apenas 30 litros por dia desta preciosidade, portanto, se você estiver por Blumenau, ou já esta programando ir ao Festival de Cervejas, procure o stand da Cervejaria Dom Haus, que garanto:Você irá se surpreender.
Aproveite e deguste os demais rótulos da Cervejaria:
– Dom Pedro – Cerveja Tipo Helles
– Dom Quixote – Cerveja Tipo Hefe Weizen
– Dom Casmurro – Cerveja Tipo IPA
– Dom Doca – Cerveja Tipo Blond Ale com frutas vermelhas.